segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Exercício

1) O programa de pesquisa gerativista assume como um dos seus pressupostos que a linguagem é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo os gerativistas, quais são as evidências que sustentam esse pressuposto?
R.:As evidências que sustentam esse pressuposto são: todos posuem uma língua natural; todos as línguas possuem um grau de complexidade; o processo de aquisição da língua por uma criança ocorre muito rapidamente; pobreza de estímulo (se aprende pouco para falar a língua)

2)A linguagem humana no entendimento de Noam Chomsky baseia-se em uma propriedade elementar chamada propriedade da infinitude discreta. Explique o que vem a ser tal propriedade.
R.:Essa propriedade permite que com um número finito de princípios básicos de elementos da língua, somos capazes de produzir infinitas sentenças. Essa capacidade é biológica e é exclusiva dos seres humanos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Resenha

Resenha sobre o texto de José Luiz Fiorin, Introdução à Linguística II. Princípios de análise

Introdução à Lingüística


Os seres humanos têm como parte central de sua competência lingüística saber como se estrutura os itens lexicais de uma língua natural. Sendo que, essa competência é uma propriedade inata a qualquer falante de uma língua natural. Tal propriedade nos permite então, por meio da intuição, agrupar itens lexicais de acordo com conceitos gramaticais que os fazem compartilhar e diferenciar um nome de um verbo, por exemplo.Essa competência lingüística que temos também nos ajuda a perceber que sentenças de nossa língua não são apenas um aglomerado “inordenado” de itens lexicais em uma sequência linear, mas sim, que há uma ordem na estrutura da sentença, sendo esta hierárquica. Para que o ser humano defina as categorias gramaticais as quais os itens lexicais pertencem, existem as propriedades morfológicas, distribucionais e semânticas. Essas propriedades nos permitem agrupar os itens lexicais de uma língua em categorias que passam a ser definidas exatamente pelo fato de que os itens que as integram compartilham tais propriedades lexicais. Em outras palavras, cada grupo de itens lexicais que exibe um comportamento comum, corresponde a uma categoria gramatical. Em Introdução à Lingüística, Fiorin distingue as propriedades inerentes aos verbos, adjetivos, substantivos e advérbios.
Os verbos são os únicos que flexionam em tempo, modo, numero e gênero. Os adjetivos e os substantivos flexionam em gênero e numero, sendo que eles integram constituintes nominais ou são constituintes que têm a característica de atribuir uma propriedade a um constituinte nominal. Quanto aos advérbios, temos que eles compartilham a propriedade de não concordar em gênero e numero com nenhum outro constituinte. Entretanto, advérbios terminados em –mente e advérbios de tempo, lugar, modo e etc. diferem quanto às propriedades distribucionais, embora não deixem de ser advérbios.
Para a formação de sentenças, ocorre um agrupamento de constituintes que são unidades de elementos lexicais que se estruturam sucessivamente formando unidades cada vez mais complexas, chegando ao nível da sentença. Para comprovar que a sentença é uma estrutura hierárquica de constituintes, Fiorin lista evidências sintáticas, atentando para as possibilidades de distribuição desses constituintes em diversas posições na sentença. Para isso, ele utiliza os recursos da topicalização, clivagem e passivização. Os movimentos evidenciam o fato de que a sentença é estruturada em constituintes, precisamente porque não é possível deslocarem-se partes de constituintes, nem seqüências que não formem um constituinte. É importante observar que até em respostas curtas, só constituintes servem como fragmentos de sentença â essas respostas.
Fiorin ainda relata sobre a ambigüidade. Para ele, ela só acontece em uma sentença pela possibilidade de apresentar diferentes estruturas sintáticas. Construções que movem ou substituem constituintes revelam possibilidades de significados inequívocos, evidenciando o caráter estritamente sintático da ambigüidade da sentença.
O autor ainda relata sobre predicados e argumentos, levando em conta que a língua natural é uma expressão do pensamento. Dessa forma, podem-se caracterizar com argumentos do predicado os elementos que satisfazem as exigências de combinação dos predicados e que desempenham papéis específicos determinados por ele. Os predicados podem ser verbos, nomes, preposições, adjetivos e advérbios, que nesse caso, determinam o número de participantes da situação que expressam, as características que esses participantes devem ter e o papel que cada um deles desempenha na situação.É importante enfatizar que a noção de predicado que estamos usando não corresponde exatamente à noção de predicado de que faz uso a gramática tradicional. Predicados aqui são itens capazes de impor condições sobre os elementos que com eles compõem o constituinte do qual são núcleos.